O MOLHO DA ARQUITETURA

A arquitetura é a arte de construir espaços. Espaços internos e externos formando um sistema para abrigar todo e qualquer tipo de atividade humana. Internamente os espaços recebem um tratamento que chamamos de arquitetura de interiores e externamente de paisagismo.

Normalmente quando ouvimos falar de paisagismo pensamos em jardins e pátios bem decorados. Mas vai bem além de um arranjo dos arredores de uma casa ou edifício. Podemos ampliar o conceito dessa palavra para fora dos muros de uma unidade residencial. Quer dizer, paisagismo é o conjunto de elementos que humanizam um determinado espaço construído ou um conjunto de espaços construídos.  A vegetação pode ser um desses elementos e talvez o mais importante, porém nem sempre está presente em todos os casos. Mobiliários urbanos como bancos, lixeiras, posteamento e iluminação pública, o desenho dos pisos e pavimentos bem como outros elementos como espelhos d’água e fontes podem compor uma paisagem de um determinado espaço urbano. 

Paisagismo e área verde nem sempre querem dizer a mesma coisa. Roma está repleta de exemplos de praças com fontes, obeliscos comemorativos e pavimentos belíssimamente ornamentados com pouca ou nenhuma presença de vegetação. A capital italiana, além do legado romano, possui muitos espaços públicos que foram idealizados para comemorar ou imortalizar uma personalidade. São inúmeros os espaços que tem nomes de papas e outros ícones italianos em “praças secas”, ou seja, nenhum tipo de arborização. 

Curitiba, muito espelhada nos parques londrinos, está repleta de belos parques que exploram com muita eficiência a beleza estética da flora brasileira e o uso do elemento água. A capital do estado é um bom exemplo de um paisagismo apoiado no trato com a vegetação.

Tanto um tipo como outro tem, esses espaços, a função de embelezar, comemorar algo, mas principalmente, proporcionar a população belos ambientes de lazer com o qual se identifiquem, quer pelo prazer da comunhão com a natureza, quer pela importância histórica e cultural que representam.

Os parques públicos são onde o trabalho do paisagista mais facilmente é percebido. Por sua função, as vias públicas, possuem menos espaço a um tratamento mais trabalhado do ponto de vista paisagístico, mesmo assim podem contribuir como espaços de preparação aos grandes locais de uma cidade.

A importância desse trabalho para os arquitetos, constitui-se em marcar, emoldurar ou criar uma perspectiva na tentativa de valorizar ambientes, uma visual mais afastada ou um prédio importante. Através da forma como está arranjada a vegetação e o desenho dos pisos, conduz o observador (cidadão) de um ambiente para outro, organizando o espaço. Um outro modo de conduzir somente o olhar para um determinado objetivo pode se conseguir, por exemplo, com uma fileira de ciprestes ou por outros elementos como chafarizes alinhados na direção desejada, apontando ou enquadrando um ponto específico na paisagem.

O paisagismo está para a arquitetura e o urbanismo assim como o molho está para o prato principal. Dá tempero e sabor a edifícios, casas, conjuntos urbanos e até paisagens naturais.

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AUTOR

Ricardo Sardo

Ao longo da minha carreira, aprendi que a arquitetura é muito mais do que linhas e formas; ela é sobre conectar pessoas a espaços e criar ambientes que ressoem com suas almas.

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