A partir da segunda metade do século vinte teve início no mundo uma tomada de consciência voltada ao uso racional dos recursos naturais e a busca de ações mais sintonizadas com a natureza. O termo sustentabilidade nasce dessa preocupação e transforma-se em um objetivo a ser alcançado.
A construção assim como a indústria em geral são as atividades que mais usam recursos naturais e por isso necessitam preocupação especial na busca de alternativas mais equilibradas ou propostas com uma etiqueta eco-sustentável, melhor falando. Preocupadas em encontrar outros caminhos, organizações não governamentais incentivam pesquisas e organizam cursos de como construir com materiais alternativos, baratos e ambientalmente corretos. Estive essa semana passeando em alguns dos sites dessas ONGS e revi algumas técnicas e materiais que aprendemos no tempo de estudante de arquitetura, os quais repasso a seguir:
Solo cimento
Blocos feitos da mistura de terra com bom teor de umidade e cimento. Sistema muito barato, pois a mistura recebe só dez por cento de cimento, porém para obter-se um bom resultado o produto precisa ser bem compactado quando da sua fabricação. Quando existe a necessidade de uma parede com maior resistência, como pequenos muros de arrimo, pode-se armá-la com tela de fechamento de galinheiro.
Adobe
Esse é um dos sistemas construtivos mais antigos que o homem tem notícia e em muitas partes do mundo ainda é muito utilizado. Feito com argila de boa qualidade esse tijolo é secado ao sol, diferente do tijolo cerâmico tradicional que é cozido em fornos a lenha. É óbvio que o Abode tem a sua resistência diminuída em relação ao seu primo cerâmico, mas constitui-se em uma alternativa muito mais ecológica.
Pau a pique
Muito utilizada essa técnica no nordeste brasileiro, é feito em painéis ou paredes. É estruturado em madeira ou bambu e após montada a grade que dará sustentabilidade a parede, inicia-se a preencher todos os vazios com barro. A grade, esqueleto estruturante, é totalmente envolvida pelo barro depois que o painel está pronto. Muitas casas do Brasil colonial foram feitas desse modo bem como grandes igrejas, inclusive com exemplares que alcançaram nossos dias.
Cobi
Parecido com o Adobe, porém mais forte e com a vantagem de poder ser utilizado ainda úmido. Na sua fabricação utiliza-se além do barro, palha, areia e pedrisco. É muito térmico e resistente ao fogo por isso seu grande emprego na fabricação de fornos.
Todos materiais simples, de fácil fabricação, abundantes na natureza e que podem servir como alternativa para baratear o custo da construção ou simplesmente de atenuante a uma atividade que desperdiça muito material e gera muitos resíduos.