Quando um arquiteto senta em sua prancheta ou computador pessoal para dar o primeiro risco (traço) em uma folha ou tela em branco, com a intenção de iniciar um novo projeto, todo um mundo vem à ponta de sua lapiseira, ou cursor. Esse risco estará carregado de conceitos e a partir desse, outros traços construirão a forma de uma nova edificação que, de certo modo, traduzirá o mundo em conceitos do arquiteto projetista. Quanto mais firmes e sólidos forem esses conceitos, mais o projeto estará amparado em idéias e não será fruto do acaso ou do risco sem compromisso. O arquiteto é um profissional que presta serviço no mercado de trabalho vendendo os seus serviços, porém possui um firme compromisso com a sociedade em que vive. Projetando edificações para abrigar as mais diversas atividades humanas, o profissional da arquitetura deve buscar o aprofundamento de seus conhecimentos técnicos e específicos relacionados a todos os aspectos que envolvam a elaboração de um projeto.
A função do arquiteto é inicialmente entender todas as necessidades dos usuários que irão ocupar a nova edificação, mas, como na vida, um projeto em seu processo criativo se faz por escolhas. Alguns profissionais em sua tomada de posição privilegiam a forma estética, enquanto outros preferem embasar suas propostas perseguindo a funcionalidade da organização espacial, só para citar um dos conceitos mais recorrentes ao iniciar projetos. Fazer arquitetura também implica em conhecer e pesquisar as condicionantes de um projeto. As escolhas das soluções de projeto para as condicionantes naturais podem determinar uma edificação com maior ou menor grau de integração ao ambiente. O aproveitamento da luz e ventilação naturais e um respeito maior às formas do terreno para implantar a construção, indicará a aposta por parte do arquiteto na integração meio construído-meio natural. O oposto não significará uma postura equivocada, resulta em uma outra postura, nem por isso menor. O aprofundamento dos conhecimentos para exercer a arquitetura deve acontecer durante o curso de graduação, porém normalmente um profissional será mais capacitado quanto melhor for sua formação universal. O conhecimento específico é a ponta final da capacitação técnica. O arquiteto, como qualquer outro profissional, com uma ampla cultura geral estará melhor preparado para entender e melhor resolver as questões, cada vez mais complexas, impostas pela sociedade. Com uma educação geral de caráter humanizador, a preparação de profissionais acontece de forma mais consistente para desenvolver qualquer atividade. Somente com conhecimento largo e universal uma pessoa é capaz de posicionar-se com liberdade e isenção. Um profissional com uma sólida base educacional e cultural, iniciada desde a infância, pode formular conceitos mais firmes, sentar a frente de um projeto e realizar a tarefa de forma mais comprometida. O que não resulta em facilidades, ao contrário, o compromisso lhe imporá as dificuldades naturais de um cidadão consciente.